quarta-feira, 29 de abril de 2020

1 mês e mil dias, quem ainda sabe contar?

Que dia é hoje?
Quarentena dia... Quem sabe? Ontem um amigo de disse que já tem mais de um mês que estamos nessa. E lá vamos nós pegar fôlego pra mais um mês. E mais outro? Ainda não sabemos. O melhor é nem contar.

Apresentação
Olá. Era pra eu ter feito uma apresentação no primeiro texto. Ou no começo desse. Bem, é o seguinte. Eu criei um blog pra ir registrando minhas impressões com a quarentena/isolamento social. Criei em um dia e abandonei no outro. Mas como venho escrevendo pra ele mentalmente, achei que podia escrever de fato. Não vai ter nada de diferente do que você, eventual leitor ou leitora, está fazendo. Vão ter impressões desse momento coletivo, dias bons e ruins, na tentativa de escrever sobre essa experiência que ninguém se inscreveu pra participar, mas agora é uma "nave louca" (beijo, Bial!) que tentamos levar rumo à sobrevivência a uma pandemia mundial. 


Primeiros dias

Confesso que nos primeiros dias eu não tive medo nem angústia. Ainda estava trabalhando presencialmente. Achei engraçado usar máscara a primeira vez. Andava nas ruas vazias com um sentimento cívico de estar participando de um esforço coletivo. Escrevi e falei no rádio sobre os primeiros números do corona, as medidas, decreto, acompanhava com uma febre levemente alucinada os plantões de notícias. Até que veio o home office. Até que os dias foram se somando e eu esgotei meu bom humor. Esgotei minha capacidade de apreender tanta notícia. Esgotei a mim mesma. E fui contaminada pela maior válvula de escape nacional: Sim, eu vi Big Brother Brasil. 

BBB
Babu Santana 🐻 on Twitter: "SIGAM O PAIZÃO NO IG… "
Eu estava torcendo pelo Babu, mas fiquei feliz com a vitória da Thelma. Gente negra ganhando projeção nesse país nunca vai ser uma pauta pequena. Mas não fiquei militando, não não. Votei em alguns paredões. Xinguei quem eu achava que não merecia ganhar. Xinguei o Brasil. Mas continuo com o mesmo problema com o BBB: Eu gosto do programa, provas e edição. Não tenho paciência com as pessoas conversando, com as tretas. Essa edição tinha pessoas absolutamente detestáveis (impliquei demais com a que falava com voz de criança e com as fadas sensatas). Enfim, gente bonita que dá sono. Sei que é pedir demais ter um BBB com mais gente que renda boas conversas. Imagina uma edição com meus podcasters favoritos! Nossa, eu pagaria o pay-per-view e tudo mais. Ok, eu sei que já estou alucinando. Deixa pra lá.

Home office
vitalk computador
É ótimo, é horrível. Não é todo dia que rende bem, noutros eu trabalho até altas horas. Vai variando e, graças a Deus, eu tenho a melhor chefe desse planeta que sabe me puxar a orelha quando precisa. 
Sofri um duro golpe logo nos primeiros dias: Quebrei o meu notebook. A culpa é da pizzaria da esquina da minha casa. Fica passando um carro de som na rua de manhã e eu tive que me trancar no banheiro pra gravar uma nota de rádio. Foi lá que eu derrubei o pc. A culpa é da pizzaria e não minha, que não apoiei direito na pia. Por isso, eu me recuso a comprar pizza deles. E quem discorda me empresta um notebook!

Sobre o home office, o Nigel Goodman (do podcast Nigel Goodman) falou uma coisa interessante. Falam que é vantagem que a gente não perde tempo com deslocamento, mas ninguém conta dos outros tempos que a gente tem que contar. Por exemplo: preparar almoço. Geralmente, nos "escritórios" a gente almoça em restaurante, e, depois, o tempo de lavar a louça. Tempo de passar o café, já ninguém faz isso pra você. Enfim, estar em casa te poupa o tempo do deslocamento, mas acrescenta um monte de outros. Pra quem tem filhos então, nem se fala. Pra quem tem cachorro doente em casa, eu falo da próxima vez. 

Poscasts
Respondendo em Voz Alta' é o podcast brasileiro mais interessante ...
Olha, eu gosto de alguns podcasts pra variar com a programação da tv, livros e Netflix. Não sei linkar aqui (é mais preguiça mesmo), mas, caso você fique curiosa ou curioso, procura lá no Spotify, Deezer e na internet no geral:
* Respondendo em Voz Alta, com a DJ Laurinha Lero. Parece que acabou, mas vale a pena maratonar tudo que Laurinha já gravou. São reflexões imperdíveis como as vantagens de voltar com um ex (poupa o esforço didático de explicar onde a pessoa pode enfiar o dedo), como basquete é um esporte fácil demais e deveria ser dificultado, sobre como ler livros não estimula criatividade coisa nenhuma e mil outras sacadas geniais que me fazem querer ser amiga da Laurinha, pena que ela gosta de anonimato e não revela quem é.
* Falando Sozinha, com a DJ Laurinha Lero. Com só 2 episódios, Laurinha agora fala sozinha. Ótima como sempre. Por favor, Laurinha, continue!
* Nigel Goodman, com Nigel Goodman. Podcast feito para a hora de dormir. Não é pra ouvir dirigindo nem operando máquinas pesadas, que vai que dá sono! No podcast com seu próprio nome, Nigel vai contando histórias com a voz mais tranquila pra você relaxar. Tem hora que eu morro de rir, noutras eu durmo. Por favor, Nigel, atualize! 
*Medo e Delírio em Brasília. Resumo das notícias do Planalto do jeito escrachado que a política federal merece. O slogan é "Bora passar raiva juntos?".
(por hora, são esses. Depois indico mais).


Rotina
Porque ingerir café a tarde? – Blog Pilão Professional

Bem, gente, nesses dias que parecem todos iguais, eu aprendi duas coisinhas básicas. Se serve se conselho, vai aí: Sigam um rotina e não se cobrem tanto. Como eu ainda estou trabalhando (graças a Deus!), fica mais fácil diferenciar dias de semana dos finais de semana. Isso ajuda meu equilíbrio mental. Mas tem dias (tipo hoje) que tudo desanda e eu me enrolo toda. Eram 22h e eu não queria ver tv nem netflix nem ler nem nada, queria ir andar no horto. Pelo horário, pelo corona, não fui. Mas a vontade fica aqui né, passeando pela sala. Daqui a pouco vou tomar um banho e espero que ela vá embora.


Tem dias que faço exercício, outros não. Fiz bolos. Li um livro, vi séries. Fiz também vários nadas. E mando áudios longos pros meus amigos. Eu não gosto de áudios, mas, nessas horas, gosto. Pedi um cigarro pro meu primo pra eu ficar na varanda com ele aceso julgando quem não respeita quarentena. Eu nem fumo, mas ainda farei essa performance. 

É isso, meus caros. Vamos seguir juntos e separadinhos, cada um no seu canto. Obrigada pela companhia de quem leu. Até a próxima!

Você não pode fazer alguém te amar nem se comprometer com você

por Brisa Pinho ( original em inglês aqui ) “Dói deixar ir, mas, algumas vezes, dói mais segurar” (Desconhecido) Quando você está profundame...